Economia inclusiva e transição energética

29 de Fevereiro de 2024

Nos últimos anos, o mundo tem reconhecido cada vez mais a importância da inclusão financeira e da transição energética para construir um futuro sustentável e justo para todos. Estes dois pilares estão indissociavelmente ligados e constituem a base de uma sociedade mais justa, mais próspera e ambientalmente consciente.

Isto requer a criação de políticas e programas que promovam a igualdade de acesso ao trabalho, à educação, aos serviços financeiros e a outros recursos importantes. A inclusão financeira não só reduz as desigualdades de rendimento e de riqueza, mas também estimula o crescimento econômico sustentável, permitindo que mais pessoas participem na economia e realizem o seu potencial.

Em primeiro lugar, é muito importante investir em políticas e programas destinados a reduzir a desigualdade de rendimentos e de riqueza. Isto pode incluir a implementação de sistemas fiscais progressivos que garantam uma distribuição mais equitativa da riqueza e a adoção de políticas de salários mínimos e políticas de segurança social que garantam um nível de vida digno para todos os cidadãos.

Além disso, é importante investir numa educação de elevada qualidade e na igualdade de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida. A educação não só permite que as pessoas saiam do ciclo da pobreza, mas também contribui para o desenvolvimento econômico e social sustentável, capacitando as pessoas para terem um impacto significativo nas suas comunidades e economias.

Outro aspecto importante da redução da pobreza é o acesso a serviços básicos de saúde, incluindo cuidados médicos, medicamentos e higiene básica. A saúde é essencial para o bem-estar humano e para a atividade produtiva, e garantir o acesso universal a serviços de saúde de qualidade é essencial para quebrar o ciclo da pobreza e da doença.

Além destas medidas, é importante promover o pleno emprego, o emprego produtivo, condições de trabalho dignas e salários justos. Isto pode incluir o apoio ao empreendedorismo e às pequenas empresas, ao desenvolvimento de competências e capacidades profissionais e à criação de políticas que incentivem o investimento e a criação de emprego sustentável.

Finalmente, a erradicação da pobreza requer uma abordagem holística que tenha em conta as diferentes dimensões da pobreza, incluindo a pobreza multidimensional que vai além do rendimento e inclui questões como o acesso a serviços básicos, segurança alimentar, habitação adequada, água potável e saneamento. Só com uma ação conjunta e coordenada envolvendo governos, a sociedade civil, o setor privado e organizações internacionais poderemos esperar fazer progressos significativos no combate à pobreza e na criação de um mundo mais justo e equitativo para todos.

Por outro lado, a transição energética é uma parte importante da mitigação dos efeitos das alterações climáticas e da promoção da sustentabilidade ambiental. Isto requer a utilização de fontes de energia limpas e renováveis, como a solar, a eólica, a energia hídrica e a biomassa, em substituição dos combustíveis fósseis altamente poluentes. A transição energética não só reduz as emissões de gases nocivos, mas também estimula a inovação tecnológica, cria empregos verdes e contribui para a segurança energética a longo prazo.

A interseção entre a inclusão financeira e a transição energética oferece uma oportunidade única para enfrentar os desafios socioeconômicos e ambientais de forma integrada. Ao promover o investimento em energias renováveis ​​limpas, podemos criar empregos dignos e acessíveis em setores como a construção, a engenharia, a indústria transformadora e a investigação e desenvolvimento. Além disso, ao garantir que estes empregos estão disponíveis para todos, independentemente do contexto socioeconômico ou da localização geográfica, podemos reduzir a desigualdade e promover a inclusão financeira.

Alcançar este objetivo requer políticas e estratégias abrangentes que atendam às necessidades específicas das comunidades marginalizadas e vulneráveis. Isto inclui a formação de trabalhadores para empregos verdes, a disponibilização de financiamento e recursos iguais para projetos de energias renováveis ​​e o desenvolvimento de infraestruturas e serviços públicos que satisfaçam as necessidades das populações mais vulneráveis.

Em última análise, a inclusão financeira e a transição energética não são simplesmente objetivos separados, mas antes uma parte integrante de uma visão mais ampla de um futuro sustentável e inclusivo. Ao trabalharmos juntos para atingir estes objetivos, podemos construir uma sociedade mais sustentável, próspera e justa para as gerações atuais e futuras.

Fonte: Vinícius Brizola de Oliveira

Secretário da Fazenda do município de Piraí do Sul - Pr.